FUNÇÕES PÚBLICAS
Segundo os jornais, 10% dos “auxiliares" – vulgo contínuos, pessoal de limpeza e coisas do género – então de baixa de longo prazo. Admitamos, por defeito, que outros 10% estarão de baixa de curto e médio prazo. Além disso, dizem os directores das escolas, que os “assistentes técnicos” – seja lá isso o que for, têm falta de “qualificações”. Por outras palavras, do pessoal “não docente”, só vão ao trabalho 8 em cada dez, e grande parte dos que vão não têm “qualificações”.
Donde, temos dois problemas.
O primeiro é o do nacional-porreirismo da classe médica que, para que não a chateiem, dá baixas a torto e a direito a gente que acha que trabalhar faz calos ou que, em criminosa atitude racista, opina que o trabalho é bom pó preto. Em casa é que se está bem, a ver a Cristina e o Costa a fazer caldeiradas. É o bom povo português no seu característico melhor, como usava dizer o camarada Sócrates em relação a si próprio.
Segundo organizações próximas da geringonça, impõe-se admitir uns 350 especialistas, psicólogos, sociólogos, politólogos, etc., com vínculo à função pública, a fim de educar, tanto os médicos como os funcionários não docentes no sentido de que as baixas sejam melhor justificadas pelos primeiros e de que os segundos adquiram brio profissional e amor ao trabalho. Estudos já publicados por quatro universidades e duas ONG’s garantem que, por acção destes especialistas, será possível, dentro de 14 anos, baixar o número das baixas em mais de 1%.
O segundo problema tem a ver com a falta de qualificações dos funcionários não docentes. Fontes governamentais garantem que vão ser criadas pelos menos 22 novas licenciaturas em técnicas de lavagem de vidros, limpezas gerais, ir comprar o jornal para o senhor director e outras especiosas e difíceis matérias de tecnologia avançada.
A sugestão foi muita aplaudida pelo BE e pelo PC, na condição de que os cursos a criar sejam exclusivo de universidades públicas, com expressa exclusão da Católica.
10.3.19