FUTEBÓIS
Não sei se alguma vez fiz observações futebolísticas, a não ser para manifestar o meu ódio primário aos intelectuais, técnicos, palhaços e palhaças de várias ordens e origens que, 26 horas por dia, ocupam o nacional espaço televisório. Estarão no seu direito de assim ganhar a vida, as televisões é que usam e abusam da coisa sem respeito por nada nem ninguém.
Hoje, porém, não resisto a dizer mais umas coisas.
É do conhecimento geral que Confúcio, filósofo chinês muito citado, viveu uns 500 anos antes de Cristo, época em que, como também toda a gente sabe, a fotografia, a rádio e a televisão (para não falar das redes sociais) eram técnicas de uso corrente, a preto e branco e a cores, com e sem photoshop, e em que as selfies se expandiam como cogumelos.
Por isso, é de elogiar a douta o opinião de uma das mais altas figuras do nosso universo futebolístico, académico de indiscutível valia, membro de várias sociedades científicas da especialidade e, last but not least, cultor ilustre da língua de Camões: o senhor Jesus, treinador do SCP (seportem, nas suas palavras). Ao fazer nobres considerações sobre acontecimentos controversos em que preponderou sua excelência o chefe Carvalho (não é meu primo), disse ele que umas gravações televisivas já transmitidas 3829 vezes nos media apropriados demonstravam que, "como dizia Confúcio, uma imagem vale mais que mil palavras", frase que, por certo, terá ouvido na televisão a cores da dinastia Ming.
Feliz Pátria que tem um Jesus como este! Curvemo-nos, com o devido respeito. Afinal, ao contrário do que tenho vindo a pensar, nem tudo é mau no telefutebol. Também lá há cultura, e da boa.
18.11.16