GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E O RESTO
Como é sabido, a taxa de natalidade tem vindo a descer ao longo dos anos, o que leva a crer que, ou os portugueses deixaram de querer ter filhos, ou que o planeamento familiar é demasiado restritivo, ou que a miséria em que tanta gente vive desincentiva a procriação, ou outras razões que deixo ao cuidado das multidões de intelectuais generalistas e especialistas, psicólogos, sociólogos, estatísticos e outros istas, ólogos e ísticos que por aí abundam, cheios de pareceres e dizeres.
Há qualquer coisa de contraditório em relação ao que se passa. É que não há memória de, sem mais nem menos, acorrerem tantas mulheres aos hospitais ansiosas por parir. Então não há natalidade mas os hospitais especializados na matéria não conseguem dar resposta? Há um surto repentino de um desejo infrene de dar filhos a este mundo tão carente de novos cidadãos?
Nada disso. O que há é uma carência de cuidados em geral. Como a urgência dos partos é, de facto, urgente, passa-se com ela o mesmo que se passa com tudo. O SNS, submetido à “gestão” deste governo, simplesmente deixou de funcionar. As parturientes têm os mesmos "cuidados" que os demais. Só que, no seu caso, nota-se mais, porque não podem mesmo esperar. Os outros que se lixem, que não se nota tanto.
Deixo esta “análise” ao cuidado de quem a ler.
30.6.22