GOVERNO E GALEGADAS
1 - Parece que o Costa anda a seguir os frutuosos exemplos do Rio. Novo governo, cheio de patadas na poça. Antes de mais, contemplar os seus, preparar um futuro em que se reveja: aí estão figuras tão “úteis” como o senhor PNSantos, a papagaia Ana Catarina, a miúda filha do outro e, monumental asneira, o Medina, cujas competências em matéria de finanças públicas ninguém conhece ou de que jamais alguém ouviu falar; resumindo, um leque de sucessores, qual deles mais inquietante. Ministros mais ou menos inúteis, ou contraproducentes, ou ignorados, ficam. Os que, apesar do chefe, deram alguma coisa que se visse, é vê-los: o que batia em quem se metesse com o PS mas lá ia funcionando, leva um pontapé pela escada a cima; o único com pés e cabeça, imagem pública algo positiva e capacidade de comunicação, Siza Vieira, rua! Aquele que deu raia na defesa, vai dar raia para os negócios estrangeiros. Uma senhora de méritos judiciais conhecidos mas político-administrativos inexistentes vai ocupar-se da política de Justiça. Um fiel socialista, cujos méritos culturais, para além do que consta nos tablóides, não se vislumbra, vai “aculturar-nos”.
E mais, muito mais. Tanta coisa anda pelos jornais, ainda que com pèzinhos da lã, por causa das moscas.
2 - A monumental galegada de dar os nomes dos ministros à SIC antes de os comunicar ao senhor de Belém é mais uma clara demonstração do desrespeito institucional do primeiro-ministro, assumido desta vez às mais desavergonhadas claras: aí temos o verdadeiro DDT da política nacional, convencido de que pode fazer tudo (e, se calhar, pode!) sem dar satisfações seja a quem for. A começar pelo Presidente, para que fique bem claro com que linhas se cose, e nos cose. Este indesmentível facto tem sido tratado pelos media como um fait divers sem importância de maior, o que muito nos diz sobre a subserviência e os interesses da nossa “informação”.
Esperança, zero. Confiança, nenhuma. A longa noite socialista aí está, escura de futuro mas brilhante de arrogância.
24.3.22