GREVES E VENDAS
O pretendente Costa descobriu, não se sabe onde, que o governo ia vender 100% da TAP. Toda a gente sabe que a venda é de sessenta e tal por cento e que há, por promessa do Cravinho, 5% para os grevistas, perdão, para os “trabalhadores”. Mas, para entusiasmar as massas e os tipos da TV, nada melhor que uma mentira bem gritada.
Antes que quem lê pense outra coisa, o IRRITADO desde já declara que, na sua opinião, o governo devia vender tudo a quem cumprisse certas condições. Para os gananciosos grevistas, zero.
Posto isto, toda a gente sabe que, feitas as contas, a TAP tem toneladas de pessoal a mais e de dinheiro a menos. Qualquer gestão digna de tal nome começaria por tratar destes problemas, o que muito deve incomodar os grevistas. Para estes e para os adeptos do estatismo socialista, a solução seria que o Estado arranjasse mais uns milhares de milhões de dívidas, mantivesse o “posto de trabalho” de incontáveis inúteis, aumentasse os ordenados à maralha e, quando o buraco se abrisse outra vez, tratasse de arranjar mais dinheiro, fosse onde fosse e à custa de quem fosse. O socialismo tende para o abismo, mas que interessa, se é da natureza das coisas?
O Costa não tem coragem, ou tendência, para vir à praça pública dizer qualquer espécie de verdade. Está farto de perceber que a greve anunciada pelos “trabalhadores” da TAP é um miserável atentado contra Portugal e os portugueses. No caso, como dizer a verdade é chato, vai de arranjar maneira de camuflar o silêncio. Nada melhor que, sem falar na greve, falar da TAP. Como? Mentindo. Mudando o tema. Distraindo o pagode. Barulhando com questões laterais, fora do que, de imediato, interessa.
É uma forma de fazer política. Não é uma forma séria, mas, bem vistas as coisas, é capaz de compensar.
14.12.14
António Borges de Carvalho