HABITUEM-SE
Vítima ou consequência da monumental demagogia que a semana de 35 horas representa, estamos, todos os dias, a assistir ao colapso geral dos serviços públicos, com dramáticas consequências na vida das pessoas.
Declarou o chefe da geringonça que, para pôr fim ao caos que motivou e que, sem vergonha, reconhece e até louva, vai dar largas às sua tendências para um pleno emprego de inspiração soviética: admitir mais umas dezenas de milhar de funcionários, com o lastro fatal de aumento da despesa, da criação de empregos para a vida, tudo na filosofia das “letras”, não do mérito, de que enferma toda a função pública.
Estava em vigor a norma do “saem dois entra um”. Acabou. Agora passa a vigorar a do sai um entram cinquenta. Reformas dos serviços, nada. Diminuição da burocracia, zero. Operacionalização dos procedimentos, nem pensar. Mais uns milhares de votos, OK. Exames para entrar, querias!, a CRESAP tem os dias contados, entra quem nós, os geringoços, queremos. A economia que se lixe, que encolha, o dinheiro não é preciso para ela, só para pagar votos. Uma chapelada à boa moda do passado.
Há quem diga que isto acaba mal. O que acaba mal é o nosso futuro, com mais ou menos crise, não é a geringonça. A malta habitua-se, já começa a habituar-se. Um triunfo.
17.5.19