HOMENAGENS
1
Homenageemos Vasco Graça Moura. Muito bem. Sem mais palavras, já que todo o bicho careta correu para os microfones, condoído e repetitivo.
Vejamos agora a sessão de entrevistas oferecidas pela TV, e imaginemos que o defundo era uma figura do PS, ou ligada ao PS, ou que fora alguém no PS. Lá viria o Alegre pó pó pó, o Soares bla bla bla, mais uma série de minhocas ga ga ga, que o homem era um grande republicano e socialista, uma figura ímpar da organização, etc. e tal.
Acontece que VGM era do PSD! Que chatice! Um indiscutível e raríssimo grande intelectual era do PSD, além de virulento atacante do PS e da esquerda folclórica! Uma contradição nos termos! Um verdadeiro intelectual não pode deixar de ser da esquerda, não é? Que chatice!
Sendo assim, nenhum dos ilustres comentadores fúnebres se lembrou de citar a posição política do senhor. Os da esquerda, por motivos óbvios, de espanto e inveja. Os do PSD, ou por humildade, ou por não querer apropriar-se do corpo, ou por outras considerações menos nobres.
Há diferenças, não há?
2
O Oco tem que arranjar maneira de aparecer todos os dias na TV e nos jornais. À falta de melhor, desta vez mandou organizar um jantar de homenagem aos antigos líderes da secção de Lisboa do PS, certamente gente de tal maneira ilustre que ninguém sabe quem seja. Para a próxima, consta que o Oco mandou preparar um almoço de homenagem às mulheres da limpeza do Largo do Rato, e outro dedicado a um cauteleiro que lhe vendeu um vigésimo com a terminação. Grandes temas não faltam!
Tem o Oco toda a razão. No tal jantar, fez, como de costume, um discurso chato, totalmente vazio de ideias, a repetir patacoadas e mirabolantes intenções. À pala disso, a SIC Notícias (das demais não sei) contemplou-lhe as burras a demagógicas inanidades com dez minutos de antena! Valeu ou não valeu a pena?
O IRRITADO espera com ansiedade o jantar do cauteleiro, certo de que, como é de justiça, o discurso do Oco será devidamente propagandeado.
30.4.14
António Borges de Carvalho