HONESTIDADE
Não há quem não tenha feito “análises”, publicado “pareceres”, emitido “opiniões”, largado bitates, publicado quadros, gráficos, tabelas, números, coisas várias, com risquinhos, quadradinhos, cores, letras gordas, o diabo a quatro, sobre os dados do ranking (classificação, em português antigo) das escolas.
No meio desta diarreia do nacional pensamentalismo, nota-se um certo “pudor” em sublinhar os dados mais importantes e deles tirar as respectivas conclusões políticas e sociais. É que, dê-se-lhe as voltas que se lhe der, é gritante que a cruzada da geringonça contra o ensino privado é uma cruzada contra os interesses públicos propriamente ditos, exclusivamente fundada em ideologias totalitárias, em mentiras descaradas, em ódios mesquinhos, em invejas ranhosas, em jogos de poder.
Não sou contra o ensino público. Em doze anos de ensino primário e secundário, passei um (4ª classe) numa escola privada. Razões de queixa, a haver, devem-se mais à minha cabulice e mau comportamento que à natureza das escolas.
Posta esta declaração de desinteresse, olhemos para a brutal realidade. É ela a da cegueira estatista de quem diz governar-nos.
As dez escolas melhor classificadas, tanto no básico como no secundário, são privadas. As dez escolas pior classificadas, tanto no básico como no secundário, são públicas. Das cinquenta escolas melhor classificadas, quarenta e cinco são privadas, cinco são públicas.Havendo dez ou vinte vezes mais escolas públicas que privadas, os dados são colossalmente mais significativos que ditos assim, a seco. Por discutíveis que, em pormenor, possam ser, não deixam de significar, se lidos com um mínimo de honestidade, que o ensino privado, pelo menos, tende a ser melhor que o público. Se acrescentarmos que muitas dessas escolas privadas eram “contratadas”, teremos que o dinheiro público foi melhor aplicado nelas que noutras.
O problema é que a honestidade, e toda a gente o sabe, a começar pelos próprios, não faz parte dos mandamentos ou dos princípios a que o chamado governo obedece. Daí que o chamado primeiro-ministro, o chamado ministro, o Presidente lider da geringonça e o tipo da Fenprof se tenham recusado a, ou esquecido de, admitir que o que interessa ao ensino, ao futuro, à juventude, ao país, não é a natureza da propriedade das escolas mas a qualidade do ensino nelas ministrado.
Tudo o que se disser em contrário é puro esquerdismo e nada tem a ver com o ensino, para não dizer muito pior.
18.12.16