IMUNIDADES
Intérprete privilegiado e primeiro do nacional patriotismo, o senhor Presidente da República mandou um funcionário (ou funcionária, nada de machismos) telefonar para o hospital para se inteirar do desesperado estado de saúde de um miúdo de 15 anos que foi selvaticamente agredido por dois díscolos filhos de um diplomata de regiões inóspitas e pouco civilizadas. Que se saiba, não fez mais nada.
A chamada imunidade diplomática serve para garantir a segurança dos acreditados, não para proteger criminosos, ainda por cima sem acreditação nenhuma. Serve para proteger os diplomatas, não para lhes dar licença para matar.
E o senhor Presidente não tratou de emitir o seu alto parecer jurídico sobre o assunto, não chamou de urgência o chamado ministro dos negócios estrangeiros, não tratou de falar com a PGR, nada. Mandou telefonar, e pronto. O referido ministro “aguarda ser notificado" por quem de direito (!!!???). Deve estar à espera que os assassinos dêem à sola, o que é capaz de já ter sucedido. Ilustres figuras do socialismo, como o televisivo ex-embaixador Seixas da Costa, acham que “é preciso parar para pensar” (!!!???).
Ainda acabam por pedir desculpa ao tipo do Iraque pelo incómodo causado aos seus nobres rebentos. Já faltou mais.
20.8.16