INDIFERENÇA
As pompas fúnebres de Mário Soares foram coisa nunca vista. Não sei se alguma vez terá, em Portugal, havido tal organização, se alguma vez um caixão terá percorrido tantos quilómetros às voltas na cidade, mobilizado tantas forças militares, sido um espectáculo tão longo e tão faustoso.
Só faltou um elemento importante: o Povo. Se exceptuarmos a malta que carpiu no Largo do Rato, o resto da cidade ignorou as celebrações, o que implica um monumental erro de cálculo. Se tivessem feito um percurso mais curto, se calhar a coisa compunha-se. Assim, assistimos, popularmente falando, a um flop colossal - a lembrar as comemorações do 5 de Outubro.
Não sei se Mário Soares merecia ou não a indiferença dos lisboetas, mas sei que a indiferença foi o que imperou.
Concluam o que lhes apetecer.
12.1.17