INDIGNIDADES
Por muitas vezes têm os doutos juízes da nossa praça declarado, com impante orgulho, que não são funcionários públicos, mas titulares de órgãos de soberania. Não estou de acordo com a opinião de tão ilustres letrados, mas percebo a ideia.
O pior é que, não aceitando ser funcionários públicos, ajam como tal. São sindicalizados, querem mais uns tostões, são iguais ou piores que os outros. E, mui indignamente, declaram que vão fazer uma data de greves, não umas greves quaisquer, mas greves que tenham por objectivo atrapalhar as várias eleições de 2019. Um extraordinário serviço à democracia, como é de ver.
Longe vão os tempos em que os “doutores” juízes eram figuras prestigiadas pelos povos que julgavam. Longe vão os tempos em que eram uma classe aparte. Hoje são iguais aos estivadores, aos tipos da CP, às chamadas hospedeiras de bordo e, vergonha das vergonhas, aos “professores”.
Nos alvores da democracia, usava dizer-se que os órgãos de soberania não faziam greves. Mas, com estes como tal auto-proclamados, já não é assim. Greves é que é bom. Quando se trata de uns cobres e de exigências várias, deixam cair a toga.
Depois, queixem-se de não ser respeitados.
4.11.18