INTELIGÊNCIA AQUÍCOLA
De volta à aerovergonha, veja-se a posição de um dos novos patrões do PS, cujo nome me escapa. O homem desfaz-se em aleivosias, acusa o Rio, o PSD, o raio, dá largas às razões do governo para acabar com a lei cujo cumprimento porá no caixote o aeroporto do Montijo. O homem (quem será?), à semelhança do chefe, é pródigo em acerbas críticas, assacando tremendas responsabilidades a terceiros.
Chega a ser pornográfica a posição desta gente: fizeram a lei há uns anos; lançaram o aeroporto sem dar pela existência do que tinham feito; agora, querem que os outros sejam responsáveis pelo que eles fizeram, pelo que não fizeram e pelo que querem desfazer. Tudo sem uma réstia de contrição, de reconhecimento da culpa, sem uma pedido de desculpas, sem arrependimento nem reconhecimento seja do que for. É de uma lata que nem numa fábrica de tintas. É de uma arrogância que nem o Maduro. É de um desplante só compreensível por parte de quem tem o rei na barriga. Uma porcaria.
O pior é que, como no caso dos professores, o Rio se prepara para dar, não mais um tiro no pé, mas com uma bomba de todo o tamanho nas canetas. Um artista que diz que põe o interesse do país acima de tudo, em vez de descascar esta gente sem dó nem piedade e que se prepara para dar a sua contribuição numa coisa capaz de o fazer perder ainda mais eleitores. Isto, diz-se, porque tem medo de que o acusem de, como de costume, alinhar com o PS. Apanhado nas curvas, em vez de aproveitar para denunciar a incompetência, o oportunismo, a ignorância, a arrogância do adversário, parece que vai ajudar a acabar com uma coisa cuja necessidade e indispensabilidade é reconhecida por toda a gente com dois dedos de testa, e do interesse de toda a gente.
Há quem diga que o Rio é um tipo inteligente. Ainda não dei por isso.
28.2.20