JÁ CHEGA O QUE CHEGA
Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, figura conhecida pelo seu feroz ultramontanismo socialsocratista/costista resolveu usar o seu cargo para entrar nos debates parlamentares.
A propósito de mais uns dislates do senhor Ventura, decidiu entrar em cena. Não digo que os tais dislates não passem disso mesmo, nem que, a tal propósito, o senhor Ventura não tenha calçado a chinela para mais uma das suas ameaçadoras tiradas populistas. Competia, como competiu, aos deputados, votar contra tais tiradas, discutindo-as ou não. Mas não competia ao senhor Santos Silva condená-las, metendo-se onde não era chamado.
Julgo que não seria a primeira vez que o chefe do parlamento despia o casaco para intervir num debate. Estaria no seu direito, como deputado que é. Nessa altura, porém, desceria da tribuna e ocuparia o seu lugar de comum deputado. Mas não. Abusou dos seus privilégios para debater, condenando, uma iniciativa parlamentar. Será próprio do trauliteiro que sempre foi, desta feita em tom moralista, mas, manifestamente, não é camisa que lhe sirva. Parece que não havia quem se encarregasse de pôr o Ventura nos varais. Havia pelo menos todos os deputados não do Chega. O Presidente não precisava, nem tinha de se meter onde não era chamado.
No fundo (isto não é teoria da conspiração), o que, evidentemente, resulta da intervenção do Santos Silva é mais um contributo para a propaganda do Chega, coisa em que a esquerda é fértil. Quanto mais o Chega crescer, menos hipóteses terá o PSD de acabar com a ditadura do PS.
22.7.22