JUSTIÇA DE PROXIMIDADE
Com a pompa do costume, foram (re)inaugurados uns tribunais lá para os confins das terras trasmontanas. A coisa tem foros de sensacional.
Calcule-se que, em tais e tão indispensáveis serviços públicos há, até, dois funcionários, dois!, um dos quadros outro das câmaras municipais. E até há, imagine-se, nalguns, um juiz! Noutros (ainda) não há, outros têm juiz que aparece por lá de vez em quando. Fantástico, não é? Devia haver feriado nacional para comemorar tão retumbante reforma.
Não foi explicado, nem tal seria necessário, que, para tão complicadas estruturas, talvez conviesse a anterior “secção de proximidade”, eventualmente reforçada com algumas competências. Nem foi explicado porque é que foram reabilitadas vastas instalações, com importantes custos, a fim de albergar, na melhor das hipóteses, um juiz e dois funcionários.
O que importa é o “contentamento” popular, dizem os autarcas, desejosos de agradar ao poder. O resto é conversa reaccionária e ultraliberal.
Por outras palavras, o importante não é o que se faz, mas o que a propaganda faz disso.
2.1.17