LES BONS ESPRITS SE RENCONTRENT
Aquele abraço! Meus amigos, exalte-se essa magnífica demonstração de mútua amizade, compreensão, apoio, esse encontro de almas gémeas, de espíritos unidos na busca do bem, de gente do melhor, de homens e de sentimentos de honra e de solidariedade, tudo coisas de que Portugal tanto precisa e que tão abandonadas andam.
Aquele abraço! Soares e Isaltino a dar ao povo a imagem clara dos valores que os unem e cujo respeito tão necessário é à nossa política, aos nossos costumes, à República (deles)!
Um ex-Presidente da República abraça e defende um homem acabadinho de sair da prisão, condenado por corrupção e fuga ao fisco. Eram amigos do peito? Não consta que fossem, o abraço não foi a tal devido. Foi um abraço político, uma demonstração de solidariedade, um encontro de parceiros. E mais, foi acompanhado por carinhosas manifestações de apoio moral e jurídico, defesa corajosa de uma política à brasileira (rouba mas faz, como se dizia de “seu” Ademar de Barros), uma defesa da escala de valores financeiros, sim, roubar para dar ao sobrinho taxista na Suíça é um acto da maior honradez. Além disso, foram peanuts, que diabo! Nada a que a alma grande do grande Soares seja sensível.
O IRRITADO, como qualquer português, confessa que até acha piada ao Isaltino. Mas não acha piada nenhuma a esta demonstração de “dignidade da República” e de “moral republicana” que nos é dada por um seu ex-presidente. Não acha piada nenhuma a que um representante tão alto do regime não passe de um trauliteiro de meia tigela, de um miserável desbocado, de um Torquemada do 4º esquerdo para uns e de um lavador de nódoas para outros.
Bem vista as coisas, não foi sempre assim? Não é essa a filosofia do energúmeno? Não são esses os “princípios” do PS, ora restituídos à sua pureza pelo Costa, com a prestimosa ajuda do Soares?
12.10.14
António Borges de Carvalho