LIBERTAR OS POVOS
Seiscentos e tal esquerdófilos, cuja notoriedade é a de terem acesso aos jornais, resolveram colaborar na grande luta a favor da libertação dos dos habitantes do Saará Ocidental. A argumentação é interessante. Pletóricos pela “libertação dos povos”, a cáfila dedica-se a atacar Marrocos e Espanha, dois países com quem temos boas relações. Que temos nós com as pretensões dos marroquinos ou com as dos sarauis? Zero, não temos nada com isso. Quem tem razão? Sei lá quem a tem, ou se alguém a tem.
O que sei é que temos, apesar de tudo, boas relações comos nossos mais próximos vizinhos. E que não devemos tomar partido, sejam qauis forem as razões de um ou outro. Facto é que a Espanha, que se comprometeu a devolver Olivença. Não o fez, nem faz, e tal não nos causa impressão de maior, nem é coisa que mereça uma luta, mesmo só diplomática. Facto é que Espanha tem possessões em Marrocos – Ceuta e Melila – que não devolve, nem consta que Marrocos lute por isso. Facto é que a Grã-Bretanha reina sobre Gibraltar, coisa que faz os espanhóis, de vez em quando, espernear, mas não passa daí. E nós? Nós, mais uma vez, não temos nada com isso.
Então por que carga de água vêm os “nossos” esquerditas, gente de “causas” sem excepção atentatórias da nossa liberdade individual, chatear com tais causas, a somar ao que já chateiam com a sua nova “moral”, a sua “identidade de género”, e outras palermices que querem tornar obrigatórias com base em “direitos humanos” que inventam à la carte? Pouco falta para mandar prender quem não quer saber disso para nada. Para já, os insultos vão fazendo o seu caminho.
Tudo, no fundo, serve para distarir o pagode do que lhe interessa ou devia interessar, se houvesse massa crítica, boa aplicação dos neurónios, consciência do que está mesmo em causa, que não é, com certeza, o domínio do saará ocidental ou o "género" de cada um.
22.7.22