LIVRAI-NOS DO MAL
O destaque mais aterrador, nestas eleições, é o resumido no título de um artigo hoje publicado no “Público”. Reza assim: “Uma derrota com futuro”. Como devem calcular, o plumitivo refere-se à dona Gomes. Como também devem calcular, o homem não está a desejar, ou a vaticinar, que a derrota da senhora se agrave, mas a referir o brilhante futuro que o resultado obtido lhe pode reservar.
Aterrador é pensar que dona Gomes tem um grande futuro político. Significa que o nosso futuro é o do socialismo radical, ainda que disfarçado com palavreado “social-democrata”, um futuro policial, onde triunfa a candidata mais perigosa para as liberdades, para o sucesso económico e o para o progresso social desta já tão infeliz nação.
O troglodita do PC levou pancadaria de morte no “seu” próprio território: os alentejanos acharam, e bem, que as “liberdades” da dona Gomes são bem mais perigosas que as do populista Ventura. Já não vão na conversa do costume, preferem outra. Dona Gomes no poder significaria que, como na RDA e noutra fruta podre, os partidos só existiriam se ela autorizasse. Significaria uma atmosfera de perseguição a todos os que não merecessem a simpatia da dona Gomes e fossem por ela arrastados na lama mediática, como já aconteceu a muito boa gente.
O moribundo do PC bem pode exibir o livrinho da Constituição, como o Mao exibia o seu célebre livro vermelho. Como é sabido, a Constituição tem servido para tudo: lá está a democracia, mas uma democracia com a porta escancarada para a “sociedade sem classes” e o glorioso “caminho para o socialismo”. Depende de quem a usa. Se tivermos sorte, coisa que muito nos tem faltado, a dona Gomes não terá o futuro luminoso que o articulista lhe deseja. Mas tem hipóteses, coisa que o primitivismo do PC ou a patética candidata do BE jamais conseguirão.
Eleitores do meu país, para a próxima, livrai-nos do mal.
25.1.21