MAIS 20 MILHÕES
20 milhões em 6 meses, ou seja, 40 milhões por ano. Pelo menos é o que consta no admirável orçamento do Estado. 40 milhões de baixa de impostos? Nem pensar. Mais 40 milhões/ano é o um novo e respeitável imposto. Trata-se, ao que é possível imaginar, de modesta contribuição para a descarbonização, o arrefecimento do planeta, as alterações climáticas, os problemas do CO2, outro generoso quão modesto contributo dos portugueses para honrar tão altos fins e resolver tão ingentes problemas. Os milhõezitos em causa provirão das caixas dos hamburgueres e de outras vitualhas que os portugueses (um bando de inconscientes) compram, embaladas em plástico.
O Estado podia, se não fosse tão socialista e quisesse acabar com tais caixinhas, proibi-las, dando aos canalhas que as fabricam ou utilizam um prazo para as substituir. Mas não, oportunidades de saque são coisas que o Estado que temos não perde. Por isso, há que taxá-las como já se taxa os sacos de plástico e, de caminho, os de papel que, mesmo miseráveis, até as farmácias já cobram. Tudo com língua de palmo, isto é, a taxa é cobrada antes da utilização, no fabrico, que a coisa não podia ficar por mãos alheias.
Ainda havemos de pagar pelos esticadores para os colarinhos, pelos clips, pelos elásticos e pelas molas da roupa (sugestões que, graciosamente, como cidadão preocupado e cumpridor, o IRRITADO põe à disposição dos camaradas do governo).
De assinalar ainda alguns pormenores: a ideia inicial veio da da fulana do PAN, com ressalva, é de calcular, para as toneladas de plástico dos túneis das framboesas; fica no ar, para 2023 – haja esperança -, mais uma taxa para as caixinhas de alumínio ou multimaterial com alumínio; e, antes que me esqueça, se a embalagem for de papel mas tiver alguma protecção plastificada para evitar o ensopamento com as gorduras dos hamburgeres, também paga.
A vilanagem agradece, cheia de admiração pelas planetárias preocupações da fulana das framboesas, do Medina e do Costa. Haja respeito.
23.5.22