MAS AS CRIANÇAS, SENHOR,...
...porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim?, dizia Augusto Gil.
É o que me ocorre quando vejo as nossas criancinhas da instrução primária fechadas em casa, sem amigos, sem brincadeiras, a olhar para um monitor, sem exercício físico, estagnadas entre quatro paredes, a cultivar complexos que jamais as largarão, a aceitar, coitadas, as determinações de tarados, de malfeitores, de sádicos, de terroristas, ou seja, das chamadas “autoridades”.
E as creches? Em notável demonstração de “abertura”, as creches passaram a funcionar. Como? Desde que o Zequinha não dê beijinhos a ninguém, que a Joaninha não brinque com a boneca da Quica, que o Fernandinho não se aproxime da Zica, que todos os brinquedos sejam desinfectados quarenta e duas vezes por dia, que no recreio não haja contactos entre as crianças, que as vigilantes cumpram escrupulosamente as instruções das “autoridades”, que, que, que, tudo bem. Caso contrário... as “autoridades” chamam os fuzileiros especiais e vai ser o bom e o bonito.
Vivam as autoridades, os malfeitores, os sádicos, os terroristas!
Viva Portugal!
21.5.20