MENTIROLAS
O jornal “Público”, órgão oficioso da coligação de esquerda, pediu a uma série de “constitucionalistas” – profissão na moda - a sua opinião sobre a hipótese de um governo de iniciativa presidencial. Do sinistro Reis Novais ao inexistente Manuel Monteiro, várias são as posições, mais ou coincidentes quanto a afirmar, gostanto ou não, a conformidade constitucional tal hipótese. Talvez os seus intrincados raciocínios tenham desculpa.
O que não tem desculpa nenhuma é o omnipresente Miranda, intérprete “autêntico” dos ditames da sua “filha” – diz ele e mais uns tipos – Constituição. Nessa alta qualidade, opina que, até em Itália, o Presidente nomeou o Mario Draghi (ó Jorge, não é Draghi, é Monti!) e, na Grécia, o Tsipras (!!!???).
Adiante. Extraordinário é que o “pai” não saiba, ou não se lembre (a idade é uma chatice) que a “filha” foi recauchutada em 82, e que um dos principais efeitos e declarados objectivos da recauchutagem foi, precisamente, acabar com a possibilidade de haver governos “de iniciativa presidencial”. Mais estranho ainda é que o “pai” assistiu a, colaborou com, e votou a decisão de que se esquece agora, sabe-se lá (mas desconfia-se) com que real intenção.
Fica a mentirola, o que não é pouco.
27.10.15