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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

MERECIDAS HOMENAGENS

 

Se eu (ou você) tivesse sido primeiro-ministro e tivesse feito um trabalho da qualidade do do senhor Pinto de Sousa, ou recolhia a penates e ficava quietinho ou, no máximo, iria sentar-me no parlamento, de preferência na última fila. Mas eu (e você) somos pequeninos demais. Com os grandes homens, coisa diversa se passa.

Pinto de Sousa, dito engenheiro Sócrates, também conhecido pelo carinhoso epíteto de 44/33, tomou diferente opção, certamente porque, com toda a legitimidade, não lhe apetecia trabalhar. Pediu um empréstimo à CGD, comprou um Mercedes, contratou um motorista e uma secretária, e foi viver para Paris/16ème, primeiro num andar comum, depois num prédio de super luxo porque, como é evidente, a tão alta personalidade não é um coisa mediana que se adapta. Dadas as suas insignes características intelectuais, desde cedo demonstradas nos inúmeros projectos de arquitectura que assinuou em Carcanhóis de Baixo, cursou filosofia e, pelo que diz, escreveu um livro cujos exemplares adquiriu, e muito bem, para que se esgotassem.

Coitado, como o empréstimo se ficara pela compra do Mercedes, e nem para a renda da casa chegava, pediu a um velho amigo que o sustentasse, isto é, que o ajudasse. Foi recebendo somas consideráveis (há quem diga que milhões) de tal e tâo generoso cidadão, coisa que lhe proporcionou caritativas benesses a uma amiga – isto da amizade, felizmente, propaga-se –, para além de merecidas férias em estâncias de cinco estrelas, pocket money transportado pelo seu fiel motorista, e mais tudo aquilo a que, com inteira justiça, tinha direito.

Tudo isto dentro da maior honestidade, como é de calcular. Aliás, tudo confirmado, tim tim por tim tim, pelo próprio, em notável prática de transparência e verticalidade.

Tão inimitável membro da espécie humana – um poço de altas qualidades e nobres virtudes – foi preso, vítima de miserável perseguição política (palavras do próprio).

Mas, meus amigos, felizmente o pior já passou. E o senhor Pinto de Sousa anda por aí a denunciar o mal que lhe fizeram. A imprensa e a televisão dão-lhe merecida guarida em primeiras páginas e aberturas de telejornal. Ele, coitadinho, vai a uns jantares, já não na Tour d’Argent mas na FIL, ou coisa do género. Dada a sua histórica importância, vai protegido por uma equipa de gorilas, a fim de evitar que algum malandrim (daqueles que só batem em pessoas honestas) o ataque à traição. À sua espera, os inúmeros amigos que se revêm na sua obra e no seu modesto estilo de vida. Gente do melhor: Mário Soares, Almeida Santos, António Campos, e tantos outros companheiros e camaradas, a fina flor das elites nacionais. Todos, embevecidos, o ouvem com desvelo, as senhoras, reboladas de admiração, dão-lhe beijinhos, enfim, ali há quem lhe dê o devido valor, que isto de capacidade de trabalho, honestidade, transparência, equanimidade, estatura intelectual, obra feita, etc., não é para qualquer um.

O IRRITADO, humildemente, associa-se a tão merecidas manifestações de verdadeira fé democrática e de reconhecimento pela existência de um ser tão excepcional.

 

23.11.15

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