MINHOQUICES
Subitamente, uma senhora da PGR desatou a atacar o projecto do camarada Medina para os terrenos da feira popular. Nada de hastas públicas precipitadas. Este tema é “denso e complexo”, diz ela. Pois. É que, estão a ver, a designação “operação integrada” não é nome que se use, que horror. E a aviação civil, onde está o parecer? E os 25% de habitação, que correspondiam a 35.928 metros quadrados e que agora são 34.090,65, uma diferença abissal? E as dúvidas “no plano da legalidade urbanística”, hem?
Como se vê, a burocracia ao ataque é do que a casa gasta. Bem feita.
Coitado do Medina? Coitado uma ova. Todo o processo relativo aos terrenos é um mar de asneiras, para utilizar uma expressão suave. A luta da assembleia municipal, dirigida contra o negócio inicial feito pela câmara por Santana Lopes/Carmona Rodrigues é coisa que nem Kafka conseguiria descrever. A alcateia do PS, depois de meses de guerra aberta, acabou por aprovar tudo. Mas veio o “Zé” (Sá Fernandes) e desaprovou. Contratado inicialmente pelo BE, o dito tratou de arranjar uma desavença com o Louçã e de se meter, de armas e bagagens, no PS, onde foi recebido de braços abertos. Foi-se o Santana, foi-se o Carmona, foi-se o Costa, veio o Medina; o “Zé” lá continua, a abarrotar de poder. Mais um arranjo do “Zé”: uma “acção popular” contra aquilo, o Carmona foi acusado de nefandos e inexistentes crimes (de que, anos mais tarde, foi absolvido cum lauda). No meio de indescritível pessegada, os terrenos ficaram entregues às ratazanas durante quase vinte anos, uma vergonha sem nome. A CML pagou centenas de milhões de euros de indemnização ao lesado, um malandreco de primeira (parece que ainda pode ter que vir a pagar mais alguns), tudo à pala das iniciativas do “Zé”, apoiadas pelo PS. Entre aprêntessis, diga-se que, por acção dos mesmos (a luta sem tréguas contra o túnel do Marquês, quer dizer, contra Santana Lopes), mais uns cem milhões ou coisa do género foram pagos ou estão em pagamento aos empreiteiros lesados. Uma gestão “prudente”, como está à vista. À moda do PS. Para a compensar, o Medina, o “Zé”, a Roseta & Cª vão lançar mais um imposto sobre a propriedade urbana, com carta branca do orçamento do PS para impor a taxa que lhes der na realíssima gana. Tal como as indemnizações milionárias, vão pagar todos, ricos, remediados e pobres. Tudo à moda do PS.
O travão posto pela PGR aos leilões do Medina faz parte da burocracia legal em vigor. Além disso, não se percebe, ou não se aceita, porque não há-de esta gente ir para a cadeia pelos pontapés que já deu nos cofres da CML em vez de ser chateada com especiosas minhoquices da PGR.
11.11.18