MODAS
Tenho estado mais ou menos silencioso, parado há uma semana. Sobre o malandrão que foi corrido de Budapeste já me pronunciei. Os novos passes... ando a pensar nisso, ainda não percebi lá muito bem, cheira-me a que há gato mas... Acerca dos horrores de Moçambique, nada me ocorre que não esteja já dito. Desconto as sessões de propaganda do chamado governo e do senhor de Belém à custa da desgraça alheia e curvo-me perante a desgraça que se abateu sobre essa ex-parcela do ultramar português.
Sobre as almas correctas, ocorre-me dizer umas coisas. Elas, a muito custo, aceitam que a culpa das cheias, desta feita, talvez não seja de Passos Coelho. Inclinam-se mais para o aquecimento global, sendo este, como é evidente, culpa dessa coisa que se chama humanidade, esmagada pelos malefícios do capitalismo. Ainda há dias, vimos, por esse mundo fora, milhões de criancinhas aterrorizadas a protestar nas ruas contra a sua própria espécie e a favor não se percebe bem de quê. Mergulhadas em universais slogans, vão para onde as empurram.
A terra já aqueceu e já arrefeceu milhares de vezes ao longo dos muitos milhões de milhões de giros que vem dando à volta do sol, sem ter nada a ver com a humanidade, que só existe há poucas dezenas de milhar de anos - grão de areia na praia do tempo cósmico. Parece que, agora, o planeta está a aquecer aos poucos, tal como, em tempos nada longínquos, arrefeceu, como tinha aquecido antes e arrefecerá depois.
Pensar-se-ia, com elementar lógica, que teremos que nos preparar para o tal aquecimento. Se vai haver menos água, que fazer? Se vai haver mais desastres naturais, que providências tomar? Se as espécies de que nos alimentamos vão sofrer, quais as alternativas?
Dessalinizar águas do mar, com certeza. Aplicar novas técnicas urbanísticas, sem dúvlda. Criar novos habitats, é evidente. Usar os mares com mais vigor e inteligência, indispensável.
Andar às voltas com o CO2, bullshit. Acabar com os hidrocarbonetos, crap. Usar energias caríssimas - “limpas” dizem eles - em vez de nucleares, asneira. E por aí fora. O que interessa ao mundo correcto é o CO2, não o CO2 que a natureza produz - muito mais do que o que o homem em algum tempo produziu ou produzirá - mas o que nós e as vacas fabricamos. Se já houve não poucas eras da terra em que havia mais CO2 do que hoje, com e sem humanidade, não interessa.
No fundo, o que interessa é o medo. Aterrorizar crianças e adultos com histórias que o mais que fazem é mudar os destinos do dinheiro, dar território a novas tecnologias, úteis ou não, ou abrir caminho aos candidatos a big brother .
Entretanto, por exemplo em Portugal, não se dessaliniza água nenhuma, não se trata dos recursos hídricos, toda a gente treme a pensar nos limites do Alqueva, mas isso de fazer mais barragens pode modificar a paisagem! O nuclear está “fora da agenda”, como dizia esse luminar do “ambiente” que se chamava Pinto de Sousa e se declarava engenheiro Sócrates.
Os correctos, os néscios, os activistas, acham que fazer furos no mar a 40 quilómetros da Aljezur dá cabo do turismo no Algarve. Procurar gás de xisto, nem pensar, podem maltratar algum pedregulho pré-histórico. O chamado governo acha bem.
Portugal, nos braços do esquerdismo, nada prevê nem prepara. Entretem-se e é entretido com modas. Estúpido, mas à la page.
22.3.19