NA TERRA DOS OCOS
O monumental vazio das “propostas” do camarada Costa, aliás reconhecido até pela imprensa de esquerda, o que quer dizer por noventa por cento – pelo menos – da imprensa que temos, faz-nos temer que estejamos perante uma segunda edição do Oco, desta feita mais bronzeada mas, substancialmente, igualzinha. O homem só diz banalidades, tão vazias de sentido como as do inimigo.
Se procurarmos o que os distingue, teremos, que se veja, só a lata. É que o Oco, por honestidade ou medo, nunca se atreveu a defender o vergonhoso passado da organização. O Oco II, pelo contrário, por lata ou estupidez, veio agradecer a obra de Guterres (que, quando resolveu dar à sola, confessou ter metido o país num pântano) e a extraordinária prestação do senhor Pinto de Sousa (que nos levou, no meio de uma floresta de palavreado, à bancarrota).
Amigos como dantes, veio proclamar o Oco II. A cáfila do socrelfismo rejubilou. Uns, já aconchegados em Bruxelas, perdidos de riso, agarrados à barriga com o presente com que o Oco I os distinguiu. Os que por cá ficaram, sabendo que com um tão depressa não voltavam aos seus dourados gabinetes, arriscam no outro, a ver se dá.
A seriedade intelectual e política que pode levar uma pessoa a tecer loas aos dois supracitados cangalheiros, é coisa que não dá para entender, a não ser que se trate de falta dela. Mas não é tal falta a própria natureza das coisas, pelo menos lá no Largo do Rato?
Este tipo de ridículas guerrilhas costuma servir para afinar a opinião de cada um sobre cada qual. Não será o caso. Veremos, daqui até fins de Setembro, se o IRRITADO tem razão. Para já, é a mesma malta, a mesma ausência de conteúdo útil. Só na lata parece poder distinguir-se as “opções”: Oco I ou Oco II?
8.6.14
António Borges de Carvalho