NACIONAL PEDAGOGIA
“E depois fazem amor pelo cu porque não têm racha, enfiam coisas no cu, percebes”
In “O nosso reino”, livro de Valter Hugo Mãe (citado no “Expresso”)
Eu acho muito bem que o senhor Mãe, se - ao contrário das mães - não tem racha, meta coisas no cu, ou o que mais lhe der na intestinal gana.
E também não culpo o senhor Mãe por tal e tão alto desejo ser recomendado às crianças do 7ºano. O livro citado faz parte de uma coisa que se chama “Plano Nacional de Leitura”, parido pelos habituais “pedagogos” e “cientistas” a soldo do chamado ministério da educação.
Quem é esta gente? Ninguém sabe. Só se sabe que as altas autoridades da nacional-pedagogia – o chamado ministro e os intelectuais do chamado ministério - consideram as ideias traseiras do senhor Mãe como dignas de ser impingidas no ensino obrigatório.
Há até, citado também no “Expresso”, um senhor Luís Picado (voilá!), “Psicólogo educacional”, presidente (olaré) de uma coisa que não sei o que é, que vem dizer que “A linguagem é desadequada e excessiva, o que pode levar a que não cumpra com os objectivos pedagógicos”. Ou seja, se o senhor Mãe dissesse que, “na ausência de vagina devem utilizar a extremidade do intestino a fim de nela introduzir coisas, percebes”, então estava o problema resolvido e a leitura recomendada “cumpria os objectivos pedagógicos”. Salvava-se a honra da educação nacional, o plano de leitura, e toda a gente ficava feliz, a começar pelas criancinhas que ficariam na mesma devidamente informadas sobre as potencialidades das traseiras de cada um e carregadinhas de preparação literária e de amor à língua materna.
Ou seja, pior a emenda que o soneto. É só uma questão de linguagem. De futuro, o chamado ministro deverá fazer uma portaria a proibir o uso das palavras cu e racha. Ficarão salvos os “objectivos pedagógicos" da geringonça!
29.1.17