NINGUÉM ACODE
Diz rara imprensa (mas não o diz o sepulcral silêncio das televisões) que está a ser organizado um jantar de homenagem ao ex-comandante do Regimento de Comandos, saneado pelo chamado general chefe do exército por ter elogiado um seu camarada herói do 25 de Novembro.
Dá que pensar. Pelos vistos não são só os restos do MFA, hoje brigada do reumático do socialismo, radical ou nem por isso, quem ainda não percebeu que a democracia nasceu no dia 25 de Novembro de 1975, não em 25 de Abril de 1974, data do início do comunismo revolucionário que ia destruindo o país. O veneno desse tempo continua com assento em muitos lados e até, ó suma indignidade, nas altas instâncias militares. Elogiar um herói do 25 de Novembro é considerado por um general, ao que dizem de aviário, como motivo de demissão.
Pior. O senhor de Belém que, dias antes, tinha condecorado o militar a quem tanto devemos, assiste, impávido e sereno, à brutal ofensa cometida pelo chefe do Exército. O chamado primeiro-ministro segue-o, silencioso e, se calhar, tão contente como os seus sócios do PC e do BE. O ministro da defesa, perito em palhaçadas e isento de mérito, a mesma coisa. A maioria dos jornais, dos comentadores, e de outros "formadores de opinião", calam e consentem.
E mesmo os camaradas que se reunem para protestar declaram que a reunião não se destina apôr em causa o tal dito general.
Por outras palavras, a dignidade do país, o reconhecimento do mérito, da coragem, da abnegação, do valor, antigas virtudes militares (e civis!), cairam em desuso, e não há quem lhes acuda.
24.8.18