NOTÍCIAS DA PORCARIA
Aqui há uns anos, houve um candidato a deputado - viria a ser PM - que era adepto de um “choque fiscal”, querendo dizer com isso que queria baixar os impostos de forma significativa. Nem sonhava, à altura, com o estado em que Guterres deixara as finanças públicas.
Nomeou ministra das finanças a senhora Ferreira Leite. Pouco tempo depois, a dita senhora inaugurava a austeridade. Clamava pelo fim das SCUTS, inventava o pagamento especial por conta, fabricava uma série de martingalas para sacar mais e mais altos impostos. Percebia o que nos estava a acontecer e parecia querer pôr as coisas no são.
Desse tempo, recorda-se os frente-a-frente Pinto de Sousa/Santana Lopes. Aquele, perorava por aquilo a que chamava crescimento, contra os impostos e a austeridade que, nas mãos da mulher, davam os primeiros passos. Este, via-se à rasca para defender o governo do seu partido.
Santana Lopes chegaria a PM, não se sabendo ao certo o que faria, já que para nada teve tempo. Foi objecto de perseguições de toda a espécie, muitas delas fomentadas pela senhora Leite, outras pelos media. Até que, criadas que estavam as "condições objectivas", o PR lhe cortou as pernas para pôr no poleiro o seu camarada Pinto de Sousa, uma rica prenda, como o futuro viria a demonstrar.
A dona Leite, à altura, recusou dizer em quem tinha votado, sendo de presumir que votara contra o partido que a tinha apeado, o seu, assim contribuindo activamente para o advento da desgraça socrélfia. Por outras palavras, votara contra o homem que tanto se tinha esmifrado para a defender e às suas políticas. Em matéria de carácter, foi esclarecedor.
Veio Passos Coelho. Não a quis no Parlamento, como ela não o tinha querido. Pagou-lhe com as medidas dela.
De fora, Leite perdeu as estribeiras. A frustração, a dor de cotovelo e outros nobres sentimentos igualmente nobres, devidamente alimentados pela TVI e por outros meios, passaram a alimentar-lhe a mente, mascarados de “competência técnica” e de “sabedoria”. Uma baixeza que só tem igualha nas posições “filosóficas” dessoutro luminar da inveja que se chama Pacheco Pereira.
Agora, abjurando de tudo, incluindo do seu próprio passado, vem clamar que não diz em quem vai votar, já que não vê indícios fortes de social-democracia nos planos do seu partido. Não gosta de plafonamentos, não gosta de liberdade de escolha seja onde for, a social-democracia é, para ela, a inelutável presença do Estado em todos os passos da nossa vida. Não lhe falem em “liberdades”!
É assim a vida. Há gente que, em matéria de vingança pessoal, é exímia. E sem escrúpulos.
7.8-15