O ACUSADOR
Vários médicos que são deputados, fazem parte, como é natural e se mete pelos olhos dentro, da comissão parlamentar de saúde. Na declaração de interesses que apresentaram, declararam onde trabalhavam, se tinham consutório, se eram sócios de alguma coisa ligada à saúde, se prestavam serviço público em exclusividade ou não, etc.
Um tal Morais, conhecido arcebispo da moralidade correcta, na sua persecutória paranoia, – um case study para estudantes de psiquiátria - resolveu denunciá-los, a todos decalarando suspeitos de andar a usar a cargo em benefício próprio. Não interessa se o fazem ou não. Se são médicos, são suspeitos, e pronto. Não há que fazer prova, sequer sugeri-la. São médicos, exercem onde e como podem e querem, têm a sua vida. Declaram-no oficialmente. Transparência q.b.. Para o acusador, que se deve dedicar em exclusivo a denunciar por que lhe apetece, não interessa. São criminosos. Se não são, deviam ser, há que tratá-los como tal. Se calhar ficavam melhor na comissão de obras públicas, deve pensar o alarve.
Est modus in rebus, costuma dizer-se. Uma coisa é ter preceitos, e até preconceitos, sobre corrupção e afins. Outra, totalmente diferente, é fazer acusações, levantar suspeitas, perseguir pessoas sem que qualquer facto o justifique. É como nas anedotas das loiras: são estúpidas por ser loiras, por definição, não porque não sejam inteligentes. Os médicos da comissão de saúdde são criminosos, por definição, sejam ou não.
O pior é que a chamada comunicação social, conhecida pelos analfabetos por “mídia”(!!!), a arrancada do Morais tem indevida publicidade. São “critérios editoriais”.
9.7.19