O ANO DO CARUNCHO
Têm os chineses o hábito de chamar nomes de animais aos novos anos, ano do cão, ano do dragão, etc. Dada a influência chinesa que vimos sofrendo, ocorreu-me procurar um nome para 2016. Mas a China, em termos zoológicos, não me valeu. Lembrei-me dos tempos da II República, em que a Emissora Nacional prevenia os portugueses contra o “chacal moscovita” e o “urso pequinês”. A III República já não tem à disposição estes bichos, ainda que não seja claro se se poderiam ou não aplicar a 2016.
Abandonado este tipo de fontes, andei à procura no jardim zoológico, a ver se havia algum nome que servisse. Baldada busca. Que vai passar-se em 2016? Ocorreu-me a palavra corrosão. Atentos os sinais dos últimos meses de 2015, corrosão colectivista seria a tendência mais marcante dos tempos que correm e vão correr. Daí, ano do caruncho parece-me bem. Fico por aqui.
O caruncho actua em colectividade. Não há carunchos isolados. Os carunchos e carunchinhos vão cavando canais pela madeira fora até o móvel se desfazer por completo, cair de exaustão e magreza. Há processos para acabar com o caruncho, mas não são fáceis, é preciso levar o móvel ao expurgo.
Há uma diferença importante entre o caruncho proprimente dito e o caruncho nacional de 2016. É que o caruncho propriamente dito leva muito tempo até conseguir o resultado final. O de 2016 vai lá chegar rapidamente. Pelo menos é o que dizem os sinais de que já dispomos. A coisa vai ser célere, dolorosa e eficaz, mesmo que as primeiras cócegas sejam agradáveis. O colectivismo galopante, a estupidez crassa da “lógica centenarista”, a parlapatice industânica do Costa, o ódio visceral à verdade que espirra dos doces olhos das tontas, o corporativismo em marcha acelerada, o fascismo inato dos arménioscarlos, o pacovismo bolchevista, a inacção da “madeira”... parece que a madeira tem dificuldade em perceber o seu triste destino e que só a queda final a fará pedir o expurgo.
2016, o ano do caruncho. Nada de esperanças. 2017 será pior.
30.12.15