O AVÔ DA GERINGONÇA
É facto indesmentível que o camarada Costa foi chamado ao galarim da política através do inestimável favor que lhe foi feito pelo incrível Marques Mendes quando tirou o tapete ao Carmona Rodrigues e assim estendeu a passadeira vermelha da CML ao Costa, até então mais ou menos ignorado aparatchik do PS.
O fulano aproveitou e, dado o jogo de cintura que lhe é reconheceido, usou o trampolim com unhas e dentes, “acusou” o Seguro de ter ganho duas eleições seguidas, depois defenestrou-o por “fracos resultados” e, como é sabido, perdeu as primeiras eleições a que se apresentou. Porém, dada a sua elevada estatura moral, não hesitou em recorrer aos que o seu partido sempre considerara exteriores à democracia e traidores à União Europeia (PC+BE), para se alcandorar ao poder. Uma vez no poleiro, como não há quem não saiba, seguiu dois caminhos, um, o de proteger e alimentar a sua clientela nas fronteiras do Estado, outro, o de o seguir os passos de Passos no que à UE diz respeito. Apesar da retoma europeia e do boom do turismo, conseguiu diminuir o crescimento económico, primeiro para menos que em 2015, depois para níveis ridículos se comparados com os demais países. Pelo caminho, aumentou brutalmente a dívida, acabou com o investimento e conteve o défice. Tudo isto no meio de uma fantástica campanha de publicidade, só prejudicada pela vasta incompetência e inata irresponsabilidade que grassa nas suas hostes, factos bem visíveis, por exemplo, nos casos dos incêndios e de Tancos.
É a política de Sócrates, se descontarmos as obras públicas deste. Levará, pelo menos, a resultado parecido com o que já é tradicional na política do PS, consubstanciada esta, até agora, em três lindos resgates-três.
Pode dizer-se que Marques Mendes, hodierno canal oficioso do chairman de Belém e seu sucessor em bocas, é o avô desta coisa toda. Devemos-lhe isso, julgo que mais nada. Mas não interessa, a memória é curta e vale mais ser engraçado do que ter graça.
25.9.17