O BANDO
Lá para os lados da CML anda tudo engalfinhado com a história dos terrenos da feira popular. Faz-se contas de somar e de somir, aplica-se especiosos critérios - dos milhares de critérios existentes em milhares de decretos, planos, portarias, regulamentos, fórmulas, álgebras - e tudo minha gente tem razão, tudo minha gente aplica o douto cérebro, a ver quem ganha.
Quem ganha o quê? O munícipe não entende, nem perde tempo com o assunto. É lá com eles.
Eles discutem tudo, menos o que há para discutir. A discussão serve para distrair o pagode das responsabilidades desta gente nos monumentais prejuízos que, ao longo dos anos, por capricho e politiquice, já foram por ela causados à cidade.
Quantos milhões custou a paralização da construção do túnel do Marquês? Quantos milhões custou, e custa, à cidade e às pessoas, a monumental guerra contra a solução do problema do Parque Mayer, que podia, hoje, ser um dos mais lucrativos polos da atracção da cidade? Quantos milhões custa, e vai continuar a custar, a birra policiesca dos irmãos Fernandes, não contra um empreiteiro malandreco mas contra os interesses da cidade e do seu povo? Quantos milhões já custou pagar ao empreiteiro os prejuízos causados? Quantos milhões andam ainda pelos tribunais à espera de uma decisão, sabendo-se de antemão que serão centenas deles?
Um homem de honra e competência - Carmona Rodrigues - foi enxovalhado, acusado, perseguido, andou anos pelos tribunais, culpado de coisa nenhuma que não fosse ter lutado pelos interesses legítimos da capital do País.
O bando gaba-se de ter "endireitado" as finanças da Câmara sem dizer ao povo onde foi buscar o dinheiro, isto é, que o foi sacar ao Estado (aos impostos que pagamos) via venda dos terrenos do aeroporto (como foi o governo nisso?), e sem pòr no prato da balança os dinheiros de que acima falo, orgulhosamente deitados ao lixo. O bando está no poder!
Recordemos os nomes dos culpados, mais que não seja para memória futura: o primeiro, e mais "alto" é Jorge Sampaio que conseguiu aniquilar o projecto do casino e a recuperação do Parque Mayer. Depois, não se enganem, mas os malefícios do Fernandes jamais teriam o êxito que tiveram não fora o apoio do Costa, da Roseta e de tantos outros, hoje premiados com lugarzinhos dos bons nas listas do PS. O mal que fizeram à Câmara vai ter segimento no Parlamento.
Tanta gente a fazer tantas contas, ninguém a dizer a verdade, toda ou em parte. Que o bando as não faça, que as esconda, que nos atire areia aos olhos, é natural e próprio de certa gente. Mas, e os jornais? E os comentadores? E o poder judicial? Não há ninguém para dizer a verdade e apontar o dedo?
Não, não estou a dizer que o bando deve ir parar à cadeia. Isso não é comigo. Estou a dizer que o bando se prepara para tomar conta do Estado, e que compete a cada eleitor evitar tal desgraça.
23.7.15