O BANDO DOS QUATRO
Não é preciso ser muito esperto para perceber que as “eleições primárias” do PS são um mar de trafulhices, pulhices, canalhices, aldrabices, traições, expulsões, manipulações, ressurreições, compras e vendas, coisa digna do Ruanda ou da Venezuela, com vantagem para estes. Serão tão sérias, tão válidas e democráticas como as das duas repúblicas que precederam a actual. Enfim, consequências das nobres qualidades que o PS, republicano, jacobino e maçon, tem vindo a cultivar com eficácia e carinho.
Dando, com galáctica importância, o seu patrocínio a tais “eleições”- de objecto inválido e processo afro-cubano -, quatro bem conhecidos gerontes vieram coonestar a coisa mediante público testemunho da sua fé costista: o golpista Sampaio, o tenebroso Almeida Santos, o parlapatão Alegre e um outro do género, já não me lembro quem.
Estas coisas fazem-se com profissionalismo. Os quatro, certamente via os “serviços” que têm à disposição, foram tomar o pequeno-almoço ao sítio do costume para este tipo de palhaçada. Convocaram a TV, os jornais e outros que tais, todos sempre prontos a servi-los, e espalharam urbi et orbe a sua posição de apoio ao Oco II e de paternal “compreensão” para com o Oco I.
Com tal manifestação dava o bando credibilidade ao que a não tem nem pode ter (a “eleição”), validava a tática do sai-daí-que-eu-quero-entrar, estava a colaborar na vergonhosa cizânia em que o partido está metido, espezinhava princípios que diz defender. Não terá dado por isso? Deu, deu. Mas os princípios são coisa que se mete na gaveta quando dá jeito, não é? É.
Faltou o inventor da coisa, o geronte máximo, o mais-que-tudo. Ou está doente, ou não quer confusões lá em casa - ofender o Joãozinho ou coisa que o valha.
6.9.14
António Borges de Carvalho