O CAMINHO DO PSD
Há muitos anos, Mário Soares classificou os partidos em democráticos (o PS, o PSD, o CDS e o PPM), daí se retirando a conclusão que os demais democráticos não eram.
Segundo a nacional-esquerdalhada que manda em nós, o PC, antigo dependente do PCUS e hoje apoiante do Putin e feroz inimigo da UE e da Nato, o BE, formado pelos trotskistas do PSR, pelos albaneses/maoistas da UDP, pelos neo-comunistas do falecido Portas, e agrupando toda a tralha do pretérito ultra-esquerdismo à excepção de umas franjas sem significado, são, no discurso do PS/Costa, partidos que entraram no processo democrático, merecedores de toda a confiança e acérrimos democratas. Para tal não tiveram que mudar de ideias, só de ficar à espera de acabar com a democracia liberal (servindo-se dela) e de montar um esquema do tipo cubano, venezuelano ou norte coreano. O BE, grande admirador do Tripas/Falhoufakis e de outras inflorescências da miséria radical de esquerda, bem como os seus parceiros do PC, chegaram ao ponto de se associar ao novo e ultra-poderoso socialismo, ainda dito democrático. Zangaram-se, mas espreitam nova oportunidade de associação, rodeados que estão de indefectíveis adeptos dentro do PS, que pontificam às ordens do Pedro N. Santos, do Galamba e da nova estrela Alexandra Leitão, entre outros. Há ainda no PS, reconheço, alguns adeptos do pretérito soarismo, mas dizem umas bocas, às vezes acertadas, mas não são ouvidos nem tidos nem achados na organização a que pertencem. Os antigos não democratas estão, como se diz na gíria da esquerda e dos seus fiéis media, “integrados na democracia”. Fica de fora o Chega, tenebrosa organização ultra fascista que não se “integra” nem pode integrar-se. Quanto ao IRRITADO, é verdade que não se integra, mas também é verdade que, se o socialismo em vigor fosse democrático, tanto podia integrar-se o Chega como os outros.
Daqui, o drama do PSD. Já se sabe que, se propõe alguma coisa que se veja, tal coisa é calada pelos media, ignorada pelo poder e condenada à morte na praia sem, sequer, direito ao funeral da “comunicação”. O PSD está condenado a ser parceiro do Chega, diga o que disser, faça o que fizer. Tal “verdade” está adquirida e faz fé.
Nesta floresta de enganos, que deve o PSD fazer? É simples: ir buscar votos onde eles estão, ou seja, à área da abstenção e à daqueles que votam ora PS ora PSD. Ao Chega é que não. E atirar-se às canelas do PS (motivos não lhe faltam) e provar que, no que interessa às pessoas, não é, comprovadamente, nem pelos caminhos do PS & Associados, nem pelas bocas do Ventura, que se chega. Nem precisa de o dizer, só de o fazer sentir.
Não sei que raio de consultores de imagem aconselham o Montenegro. Mas sei, como acima digo, que é ao centro, não à direita, que estão os votos que o PSD pode conquistar para acabar de vez com a trampa em vigor.
5.8.23