O CANDIDATO
É sabido que Santana Lopes, desafiado a meter a Misericórdia no Montepio, andou a encanar aperna à rã, isto é, não se comprometeu com um sim nem disse que não. Compreende-se. Meter a SCML no covil socialístico-maçónico do Montepio, organização com duvidoso futuro financeiro e indubitável capoeira de galos em compita, era um decisão demasiado arriscada. Sem contrariar frontalmente as hostes em presença, foi entretendo e escapando a tal desgraça.
Sintomaticamente, o novo provedor não foi de modas. A sua primeira decisão foi pôr a circular que a SCML vai comprar uns dez por cento do Montepio por duzentos milhões. Contas feitas por quem sabe, os tais dez por cento, com muito boa vontade, talvez valham oitenta. Donde, o custo da operação é, logo à partida, ruinoso. A máquina socialista, a funcionar como de costume, arranjou padrinho.
Santana percebeu o que estava em marcha. Era o momento de sair sem ser empurrado para decisões maradas ou para o olho da rua. Aproveitou o deserto de candidatos no PSD para não ter que entrar em guerra com o poder em vigor. Por outro lado, era importante que o provinciano regionalista e pró-socialista Rio não tomasse as rédias do PSD, convertendo o sistema político num mar de esquerdismo democrático destemperado por oportunismos comunistas. Alguém tinha de salvar a honra do convento. Os tipos que querem votar Costa, como os áulicos do Rio, que o façam, como têm anunciado e praticado q.b.. Mas que não venham destruir o partido mais do que já têm feito, durante e depois do governo legítimo.
Os lobos já uivam por aí. Santana não vai ter a vida fácil. Enfrentar a alcateia é tarefa de gigantes. Mas, desta feita, os lobos não têm o patrono Sampaio para os proteger. E terão um adversário à altura.
18.12.17