O FIM DA PICADA?
Aqui há tempos, os dados relativos à educação em Portugal eram de um optimismo gritante. O PISA esmagava a concorrência. Tudo corria pelo melhor, em dados actuais e em perspectivas de futuro. Pois. Mas isso foi no tempo de Passos Coelho e de Nuno Crato.
Passados quase três anos de geringonça, está tudo de pernas para o ar. Os alunos não sabem qual o lugar do país, nem na bola do mundo nem no mapa da Europa, nem sonham mais uma data de coisas absolutamente elementares. No que à educação física diz respeito, nem saltar à corda ou dar uma cambalhota conseguem. Três anos de geringonça, reversões, falta de avaliações, conúbio com os sindicatos, enfim, bagunça com inspiração no socialismo radical. Os resultados estão à vista, não foi preciso muito tempo para vir à tona.
De repente, eis que o dinheiro deixou de chegar para tudo. A geringonça prometeu. A geringonça, como de costume, não cumpre, ou não pode cumprir. O chamado primeiro-ministro já veio, a correr, dizer que não é bem assim. Prometeu, mas não adiantou números nem prazos, isto é, levantou a lebre para efeitos propagandísticos – a sua melhor especialidade – e deu a mão aos sindicatos. Estes, como é lógico e lhes está na massa do sangue, pegaram-lhe no pé.
É evidente que a política deste miserável governo tinha que começar, por um lado, a ter terríveis resultados educacionais e, por outro, a bater no fundo do saco do dinheiro. O que, diga-se, já vem acontecendo na saúde e vai acontecer por todo o lado, com cativações à bruta, com o PC zangado e a CGTP outra vez em actividade.
E agora? O chamado ministro da educação, perante a perversidade dos resultados da sua política, resolveu mostrar um ar da sua graça e dar com os pés ao barbaças (eis bigodaças) e aos demais pedintes. Seguir-se-á, caso não se encolha, a maior hecatombe jamais vivida no sistema, se é que ainda há sistema.
Será o fim da geringonça? Há quem diga que o Costa está a prepará-lo, convencido de que terá, sozinho, a maioria absoluta. É uma explicação. Outra, mais provável, tem a ver com números. É que não é possível fazer omeletes e ficar com os ovos. Malhas que a política neo-socratista tece.
6.6.18