O IRRITADO ENGANOU-SE
Contrariamente às previsões do IRRITADO, o orçamento não passou. Pecato!
Uma “tese” que por aí já anda merece alguma credibilidade. Tirando as alterações exigidas pelos comunistas (bolchevistas, trotzkistas e outras especialidades) que podiam mexer nos projectos europeus do senhor Costa, as demais podiam ser por ele satisfeitas sem alterar o “espírito” do miserável documento orçamental. Então, se não as aceitou só pode ser porque lhe apetecia dar o golpe de misericórdia na geringonça. E, sabendo que o senhor de Belém dissolveria o parlamento em caso de chumbo, viu nisso a possibilidade de chegar a uma maioria, ou absoluta ou quase (com os parceiros nas lonas) nas subsequentes eleições. Acresce que o PSD podia vir a ser apanhado a contratempo, vindo, ó maravilha, a ser o Rio a fazer as listas de deputados e a continuar a dar cabo da vida ao partido, fosse ele ou o outro a ganhar as eleições internas. Nada melhor que este cenário para projectar o PS para a tal maioria. Um só pequeno passo mais: conseguir que o senhor de Belém marcasse as legislativas para tão cedo quanto possível, objectivo de que toda a esquerda e a parte mais estúpida de direita comunga alegremente. Postos os parceiros nos varais e em plena crise dos outros, nada melhor que eleições a mata cavalos.
O drama de quem não é socialista, nem adepto do Chega, é incentivado e personializado pelas desgraças “irmãs” do PSD e do CDS, desgraças que dão pelo nome de Rio e de Chicão. Ambos estão mais interessados em ficar no poleiro dos repectivos partidos do que em defender o que interessa ao eleitorado. O CDS pouco conta, condenado que está à mais fatal irrelevância. Mas o PSD, senhores, que mais poderá o Rio fazer para dar cabo do imenso património político do partido? Alter ego que tem sido do Costa, que confiança dará em quem quer mudar o equilíbrio do poder? Nenhuma.
E é nisto que estamos. Prouvera que o senhor de Belém tivesse um ataque de coragem com alguma hipótese de não levar à continuidade do status quo.
31.10.21