O IRRITADO VOLTA À BAILA
Dizia-se isto em tempos que já lá vão. Não sei se ainda se usa, se já foi substituído no léxico da novilíngua, já que “baila” devia dizer-se “baila, bailo e baile” a fim de evitar sexismos, coisa do passado. Hoje não há sexos, há “géneros”. O IRRITADO (que se julgava do sexo masculino) tem dado tratos à mioleira, a fim de saber de que género é. Para além do que o nome diz, é do género chato, gerontocrático, antipático e benfiquista. Dos géneros em voga, o IRRITADO não percebe nada nem tem interesse em perceber.
O que poderá interessar aos que fazem o favor de o ler é dizer que isto é uma tentativa de recomeçar os trabalhos, sem compromisso nem garantia de continuidade.
Para além dos sexos, há muitas outras coisas a caminho da extinção. Portugal é a primeira delas. A Constituição não é “Portuguesa”, é “da República”. Depois de um “preâmbulo” em que nos informa que isso de democracia, direitos, primado da lei, etc, é muito bonito desde que se mantenha o objectivo principal, isto é, que se construa uma “sociedade socialista”. E assim por diante: logo na primeira linha do artigo 1º, a Constituição informa o povo de que “Portugal é uma República”, como tal o definindo. Definir é marcar os limites. Logo, quer dizer que, quando não era república, Portugal não existia. Seria outra coisa qualquer, Portugal é que não. Oito séculos para o caixote do lixo. Respeitados alguns detalhes, estatuído fica que a tal república, ou é socialista ou sai das “normas”, não presta. Talvez não só por causa disto, mas no glorioso espírito disto, Portugal vem definhando às mãos de um socialismo dito democrático mas meramente determinado em guardar o poder, haja o que houver e doa a quem doer. E dói, antes de mais à inteligência de cada um. A médio ou longo prazo, Portugal, enquanto país, está condenado à inexistência. Com ele, outras instituições e maneiras de pensar sofrem parecido destino. A família, por exemplo. A honra, o primado da verdade, o sentido de responsabilidade, os valores que se diria perenes, a Informação, mais a Defesa, a Educação, a agricultura, a marinha (militar e civil), a Liberdade económica... Tudo substituído por um burocracia infrene e por um poder que, por avassalador, provoca o desinteresse, a desilusão, o abandono nos braços do que “está”.
A única esperança das novas gerações mora no estrangeiro. É semelhante à dos miseráveis da África negra e do Industão. As características são diversas mas no fundo o fenómeno é o mesmo.
E esta já vai longa. Espero que o IRRITADO não esmoreça sem dizer umas coisas sobre a actualidade.
24.1.24