O PERFIL
Nunca será demais repetir que o senhor Capucho, ao contrário do que rezam os media , não foi expulso do PSD. Foi excluído de forma automática, por virtude de normas que o próprio Capucho aprovara, se é que não redigira.
Muito “à portuguesa”, ele - como inúmeros sábios da nossa praça - acha que as normas aprovadas, aceites e apoiadas pelo próprio, se destinam a punir terceiros. Os “pergaminhos históricos” de alguns têm a salvífica virtude de os pôr a salvo das agruras da lei. É como se um tipo que tivesse ganho dez maratonas, pudesse, impunemente, pôr-se a matar velhinhas. Que diabo, a lei aplica-se ao cidadão comum, não a um herói das maratonas!
Nas suas próprias palavras, Capucho, nunca trabalhou em nada que não fosse a política. O que, na sua opinião, lhe confere um estatuto digno da Presidência da República, lugarzinho para o qual afirma dispor do indispensável “perfil”. Mas não procura “desesperadamente” fazer-se à coisa. Fantástico! Capucho está interessado, mas com calma, sem desespero. Ainda bem. Ficamos a saber que, se não for candidato, não dará um tiro na cabeça, o que muito nos anima. Democraticamente, opina ainda que a candidatura será uma questão de dinheiro. A este tipo de pretendentes recomenda-se a sugestão da Presidente da AR – os mecenas - ou, alternativa mais segura, o Euromilhões.
Enfim, fiquemo-nos pelo honesto e modesto perfil. O homem perfila-se, na bicha para Belém. De perfil deve ser mais bonito.
E ainda há quem não veja razões para se ser monárquico!
15.2.14
António Borges de Carvalho