O POVO AGRADECE
No uso da sua habitual lata, anda por aí o camarada Centeno a gabar-se de, mais uma vez, ter baixado o défice - é certo que bem menos que Passos Coelho, mas isso, como é natural, não faz parte do discurso. A gabarolice não tem limites. Vale tudo, não só o auto-elogio, são as habituais mentiras, repetidas leninísticamente, sem vergonha de qualquer espécie.
A carga fiscal não subiu, repete o geringonço. O Estado arrecadou uns 70.000.000.000 de euros, ou seja, qualquer coisa como mais 2.500.000.000 que no ano enterior. Mas os arautos do poder absoluto da esquerda dizem que não senhor, e fazem as contas à sua maneira: o que aumentou foi o consumo, o que aumentou foi o rendimento e o emprego, por isso que, à subida da receita, devam os cidadãos reagir agradecendo ao Centeno!
É claro que são contas que nem um cigano alquilador teria lata para fazer. As receitas subiram percentualmente em relação ao PIB, isto é, a carga não pode deixar de ter subido. As falácias sucedem-se: o governo criou não sei quantos milhares de postos de trabalho! O governo? O governo arranjou mais uns empregos na função pública, o que quer dizer que aumentou a despesa estrutural. E mais nada. O resto, o que importa, deve-se, em exclusivo, à iniciativa privada e ao boom do turismo. A ver com a geringonça, zero.
Uma coisa é a verdade, outra a propaganda.
28.3.19