O QUE É DEMAIS PASSA DA CONTA
Não fiz as contas, mas comendas foram às dezenas. No mesmo saco foram metidos os que ganharam uma competição globalmente importante e umas meninas que fizeram imenso sucesso lá na terra. Se as condecorações dos tipos da bola – bastava distinguir o treinador -foram um exagero tolerável, o resto é populismo, ou pior. A III República arrisca-se a ter de comendar o ganhador do bilhar às três tabelas, um domador de canídeos e, já agora, a melhor costureira da Brandoa.
Antes do 10 de Junho, o nosso Presidente declarou que iria ser parco em condecorações. À sua moda – só quem não o conhece não a sabe – acabou a fazer o contrário, distribuindo medalhas aos pontapés. Arrisca-se a não ter outro remédio senão entrar numa de “ou há moralidade ou comem todos”.
Tem mal? Tem. As distinções honoríficas deviam ter mais dignidade, não ser vulgarizadas, ser reguladas por critérios muito estritos e muitos sérios. Eu sei que há distinções meramente formais. Que haja: distinguem-se pessoas pelos cargos que desempenharam, dignitários estrangeiros por prémio de função, etc. . Mas, para além daquilo a que protocolos ou praxes obrigam, a parcimónia devia ser lei.
Deixou de ser.
O nosso Presidente, de tão popular, já passou a populista. Não tarda será popularucho. O ridículo mata.
14.7.16