O SILÊNCIO DOS INOCENTES
Passando os olhos pela memória, lembro que pelo menos uma boa meia dúzia de socialistas, hoje no governo, foram membros dos governos do seu bem-amado Pinto de Sousa, dito Sócrates.
A começar pelo chamado primeiro ministro Costa, temos Santos Silva, Cabrita, Vieira da Silva, Pedro Marques, Ana Vitorino, Perestrelo..., um poderoso escol. De assinalar também que Costa era número dois do líder Sócrates, Santos Silva o politicão de serviço permanente à defesa do dito, e por aí fora.
Repescados do socratismo, desempenham hoje com altiva eficácia as funções que lhes foram confiadas por escolha do PM e investidura pelo senhor de Belém.
Compaginando estes factos com a acusação ontem publicitada sobre a rede de trafulhices daquele tempo, ocorre-me perguntar se estes senhores nunca perceberam nada do que se estava a passar debaixo do seu nobre nariz, se andavam a dormir na forma ou se, coitadinhos, foram apanhados de surpresa.
Faz lembrar a história dos três macacos, o que não via, o que não ouvia, o que não falava. Os nossos actuais governantes fazem o pleno dos três macacos: cegos, surdos e mudos.
Por isso, sejamos justos: estes senhores nunca deram por nada, nem ao tempo, nem agora. Razão porque nunca pediram desculpa do que ajudaram a fazer (a banca rota), ainda menos, por desconhecimento, da monumental tramoia em que estavam metidos – coitadinhos, sem saber de nada. Há quem como disto?
Há é quem diga que é tudo falta de vergonha, ausência total de responsabilidade e de honorabilidade. Há quem diga que, se tivessem disso, jamais teriam o topete de voltar à tona da política.
Como é óbvio, quem tal diz é malévolo, intriguista e caluniador. Razão pela qual o IRRITADO, como é claríssimo, não entra em tal coro.
13.10.17