O “ZÉ”
Fiquei abismado, mas não surpreendido, com a arenga do “Zé” (Sá Fernandes) na televisão, sobre o problema das cheias.
Lembro os leitores sobre a natureza deste senhor. Chegou a vereador em Lisboa, em nome do Bloco de Esquerda, no tempo da “pré-geringonça” do Costa. Depois, saíu do BE e ingressou, julgo que como “independente”, nas hostes socialistas. Da sua triste celebridade constam centenas de milhões que a CML teve que pagar pelas suas iniciativas, pelas “acções populares”, pelas perseguições sem peias que levou a cabo contra o túnel do Marquês, pela desgraça do Parque Mayer e de Entrecampos...
Agora, vem gabar-se, da “sua” obra acerca dos túneis de gestão das cheias anunciados pelo Moedas. Ele, o Zé, fez tudo, tudo (menos a obra), estudou, planeou, investigou, consultou, etc., estava tudo pronto.
“Esqueceu-se” que a ideia e o projecto foram iniciativa de Carmona Rodrigues, senhor que ele e seus sequazes perseguiram, acusaram de crimes vários, senhor que foi réu anos e anos nos tribunais, por causa do Zé. Como é natural, Carmona acabou absolvido e louvado, mas o tempo que perdeu e as chatices que sofreu não são recuperáveis. Os milhões dos nossos impostos que a CML perdeu também não.
E o Zé vem gabar-se na televisão como autor daquilo que não fez: andou anos nos cadeirões da CML, e a obra, nem vê-la nem falar dela.
Mas tem desculpa. Gabar-se do que não faz ou do que os outros fizeram ou fazem é o dia-a-dia do poder socialista e da “moral republicana”.
11.12.22