ONDE ESTÁ O ARMÉNIO?
Anda para aí um sururu dos diabos por causa de colocação de professores, dos alunos sem escola a duas semanas do começo das aulas e de outras notéveis performances do ministro da educação. As pessoas não entendem nada, mas percebem, se não quiserem ser cegas, que a ditadura de esquerda tem ínvias formas de se estabelecer sem que lhe chamem os adequados nomes.
Imagine-se o que seria um caso destes 2 anos atrás. Havia bandeiras da CGTP por todos os cantos, o Arménio já tinha feito 432 intervenções na servil TV e nos servis jornais, já tinha aparecido em 32 cidades, já tinha condenado as “políticas de direita”, que não têm consideração pelas pessoas, que põem em causa os direitos humanos, os direitos sociais, os direitos adquiridos, os direitos de cu para cima e de cu para baixo, já tinha encabeçado 124 manifestações de repúdio. Não era?
Imagine-se, outrossim, o que seria se a bagunça e a desgraça financeira do SNS fosse há dois anos. Era o fim do Estado social, a braços com os ataques do neoliberalismo, a Avenida da Liberdade regurgitava de tipos com a tromba do Ché na camisola e estrelas vermelhas na boina, tudo minha gente atrás do Arménio e demais geringonços.
Onde está ele agora? Fugido? Morto? Doente? Não meus amigos. Agora, as manifestações são organizadas por uma senhora cujo discurso nada tem a ver com a CGTP, o PC, o Arménio ou o xarroco dos bigodes. Não há multidões, nem bandeiras, nem grândolas. Nicles.
Mas o Arménio não anda fugido, nem está morto, nem doente. O Arménio comanda a mais estúpida e mais grave greve dos nossos dias: a da Auto Europa. Essa sim, vale a pena, prejudica a sério. É de sua iniciativa, tem o seu aval, foi feita sob as suas ordens, as ordens do Comité Central, as ordens dos amigos da geringonça. O BE não faz parte da iniciativa, mas está sossegadíssimo. O PS, atento venerador e obrigado, cala-se como um rato, não vá isso, em termos de orçamento, prejudicar o aumento de impostos em curso de discussão.
No fundo, isto pode ter um lado bom: pode ser que faça alguém pensar a sério sobre aqueles a quem está entregue.
31.8.17