ÓPERA BUFA II
O camarada Costa, tão vazio como o Oco, espraiou-se ontem em considerações na SIC Notícias, perante uma senhora que, para ele, foi muito mais meiguinha que de costume.
O homem não disse nada de novo. Mas, em boa justiça, é de notar que tem mais paleio, mais articulação (como se diz agora) do que o outro. Cassete bem estudada, até parece que, se fosse ele a mandar, a dona Ângela meteria o rabinho entre as pernas, o Draghi obedecer-lhe-ia com toda a prontidão e a Europa inteira se curvaria perante a sua esclarecida verve. Isto não contando com a secção de que ele seria o furriel, gostosamente integrada pelo Renzi, o Samaras, o Rajoy e o tipo da Irlanda cujo nome o IRRITADO ainda não decorou. Uma maravilha.
O Costa diz exactamente o mesmo que o Oco, mas com mais molho discursivo, isto é, mais paleio.
Há, no entanto, uma importante novidade a assinalar. Acossado, com carradas de razão, por querer trazer de volta a política do Pinto de Sousa, bem como os seus sequazes (se não o próprio!), o homem tratou de tirar o cavalinho da chuva: pois, é claro, houve erros, exageros, aeroportos, pontes, autoestradas, PPP’s, maluquices, mas houve também coisas magníficas, coisas novas, coisas fantásticas de que só o PS é capaz. O passado não é para esquecer, como fez o Oco – que parece ainda ter alguma vergonha na cara -, o passado existiu! Os remains do socrelfismo não devem ter gostado desta conversa, mas não lhe largarão a perna com facilidade.
O Oco respondeu que, se fosse ele, o “memorando” teria sido completamente diferente. Pois então, esqueceu-se de dizer que se a respectiva avozinha tivesse rodas era um carro eléctrico. Mas isso não interessa. O Oco mantém a sua estratégia: o Pinto de Sousa é para esquecer, não me falem mais no assunto. Nem no memorando acertou!
Ora aqui está, finalmente, a diferença entre um e outro, embora uma e outra atitude revele a mesma falta de coco. Resta saber a que falta de coco, ou de vergonha, serão os camaradas e os “simpatizantes” mais sensíveis.
25.6.14
António Borges de Carvalho
ET. O Oco quer que, para votar na pessegada das “directas”, basta chegar à boca das urnas acompanhado por dois filiados (testemunhas da fé socialista do pretendente a eleitor) para poder votar. A técnica da chapelada em fino recorte do século XXI.
Vamos a ver o que dizem os próximos episódios da ópera bufa.