OS GATOS NA CAMPANHA
Estas eleições, anunciadas como “europeias” em proclamadas boas intenções do camarada Assis et alia, são tudo menos europeias. O PS marimbou na “Europa” e tratou de dar largas à sua sede de poder, tratando de as transformar em legislativas antecipadas. Os objectivos proclamados de reforma das instituições da União, de “luta” intransigente pela alteração das posições da Comissão e do Conselho (e da dona Ângela!) em relação às dívidas soberanas, etc., não passaram de fogo de vista, a vender uma coisa em que, como noutras, o partido é completamente ignorante e nada sério: a política europeia.
Se é verdade que os eleitorados, cá e lá fora, costumam utilizar este tipo de eleição para dar sinais aos respectivos governos, não é usual, por parte de partidos responsáveis, tentar, por causa delas, fazer cair os governos. Ainda menos em exclusivo.
No uso, nem sequer sofisticado, da sua tradicional desonestidade, o PS chegou ao ponto de centrar a campanha num “programa de governo”, com chorrilhos de miríficas promessas e demagogia muito mais que q.b.. Como se fosse isso o que está em discussão! Populismo barato, é o menos que se pode chamar à campanha do PS.
Internamente, o Oco tratou de vender a esperança de uma chegada ao poder mais depressa do que seria democraticamente normal. Isto a fim de unir os gatos do seu saco - incluindo o abominável Pinto de Sousa! Os gatos responderam com uma súbita “unidade”, isto é, puseram as orelhinhas de fora, não fosse o diabo tecê-las e o poder vir mesmo mais depressa. Quando esta estúpida promessa falhar, os gatos voltarão a arranhar-se uns aos outros, para justificado gáudio do IRRITADO.
Parece que a vitória desta miserável estratégia está garantida. Mas também parece que será uma vitória de xaxa. E, desiludidos com o Oco, os gatos far-lhe-ão a cama. Vai ser giro.
22.5.14
António Borges de Carvalho