OS MESMOS NA MESMA
Tal como o IRRITADO previu aqui há dias, o maoista Melenchon, menino bonito do BE e do PC, aconselhou a abstenção, o voto nulo ou o voto em branco aos seus eleitores. Por cá, o trotskista Louçã, por outras palvras, fez a mesma coisa. O PC e o BE também já manifestaram o seu horror ao Macron.
A extrema esquerda prefere o nacionalismo, o isolacionismo, à liberdade individual, ao sufrágio universal, à demoracia liberal, à independência da Justiça. São estes os grandes inimigos da extrema esquerda. Antes uma ditadura, mesmo que fascista. E não tem pejo em afirmá-lo.
Tenho passado a vida a dizer isto. Sempre foi assim. O PC, que era o que existia no “ramo” antes do surgimento do BE, nunca, durante a segunda república, deixou de lançar o seu anátema sobre qualquer tentativa de liberalização do regime, a todas apelidou de “golpe da burguesia” ou coisas ainda mais estúpidas, se é que as não denunciou à PIDE. O PC era, ao tempo, a outra face da moeda da PIDE. Justificavam-se um ao outro, existiam um para o outro. Na alvorada da terceira república, sabe-se o que aconteceu, estivemos à beira de uma ditadura bolchevista, fruto da associação do PC com um bando de militares ignorantes e sedentos de poder. Só não levaram a sua avante porque, entregues as colónias à URSS, esta lhes deu ordem para parar antes que estalasse uma guerra civil que, por razões estratágicas, não convinha ao Kremlin.
Os tempos mudaram. De fachada, o PC e o BE adaptaram-se à democracia. No fundo, estão na mesma, são o que sempre foram e sempre serão, como a sua posição em relação às eleições francesas demonstra à saciedade. Mas, ao contrário do que se passa no resto da Europa, foram levados ao poder pelo oportunismo, a ambição, a desonestidade intelectual e a moral republicana do homem que envileceu o PS: António Costa.
Uma diferença que não é dispicienda e que nos vai custar muita massa, se não algo mais do que isso.
27.4.17