OS TRAPALHÕES
Anda o pessoal entretido com o disse-que-disse, mentiu não mentiu, aldrabou não aldrabou, roubou não roubou, cumpriu a lei não cumpriu a lei, a lei diz que é branco, não, diz que é preto, dias e dias na mesma pessegada, o ministro é uma besta, não é não senhor, foi a chefe de gabinete, foi o adjunto, foi a adjunta, foi a chefa do SIS não foi a chefa do SIS, foi o guarda-portão, em que ficamos? Ficamos em nada, a não ser a concluir que são todos iguais, trapalhões, aldrabões, que há um verdadeiro campeonato da água no capote, a ver quem sacode mais, ficamos em que estamos entregues a um bando que há anos e anos nos mergulhou numa floresta de enganos.
Entretanto, arranjaram uma doce senhora que resolveu distrair o pagode com a história do tabaco, num chorrilho de disparates cheios de caridade assistencialista, um gestor da saúde que regressa às parteiras porque não há médicos mas diz que assim é mais prático, mais umas histórias da carochinha para distrair a vilanagem. Os fulanos a dizer que a economia está o máximo, por isso apertem o cinto e não chateiem. A vilanagem, desiludida, carneira, desmotivada, come o que lhe dão e deixa andar. Os tipos atiram umas notas à cara das pessoas enquanto entesouram nos cofres do Estado para ter margem para atirar mais notas se houver eleições. E, pelo caminho, vão aumentando os impostos que é o que sabem fazer. Aumentam e entesouram para quê? Para investir? Não! Para distribuir? Nem pensar! Já não há quem acredite que os milhões da UE sirvam para relançar a economia, diz quem sabe que o dinheiro vai garantidamente pelo cano abaixo.
E a malta? Moita carrasco, anda a gozar com o espectáculo dos bobos de da corte.
Não sei se alguma democracia, ou não democracia, deste mundo, incluindo o Bangla Desh e o Tuvalu, aturaria o que andamos a aturar sem vir para a rua aos gritos, sem acabar com a palhaçada em que o governo mergulhou o Estado e a Democracia.
Brandos costumes, não é? Raios partam os brandos costumes.
12.5.23