OSTRACISMO
É do conhecimento geral que, apesar da enorme “falta de médicos” de que a administração pública padece, as faculdades do Estado recusam sistematicamente a entrada de novos estudantes. Para entrar numa faculdade do Estado é preciso ser-se um estudante com notas altíssimas, sendo uma sorte que um aluno com menos de 18,9 valores em 20 trazidos do secundário lá consiga chegar. Por outro lado o Estado resiste heroicamente, ou à criação de novas faculdades públicas – por falta de dinheiro? - ou privadas – por coerência ideológica ou estupidez.
No meio desta situação, lemos que todos os refugiados ucranianos têm as portas abertas para entrar de calçadeira nas faculdades de medicina do Estado.
Não tenho qualquer preconceito contra os candidatos ucranianianos. Mas brada aos céus que passem à frente dos portugueses, para quem “não há vagas” ou não tem as astronómicas classificações exigidas.
Acresce que há alunos que, por não terem sido aceites na sua terra, se sujeitaram a inscrições no estrangeiro e, querendo regressar com boas classificações por não “aguentarem” os custos ou outras razões atendíveis, não vejam aceites as equivalências das cadeiras já feitas.
Haverá, neste país, ou no autoritarismo instalado, alguém que olhe para isto? A experiência diz-me que não.
23.6.22