OURO SOBRE AZUL
Se eu fosse adepto da teoria da conspiração e se, como é comum nos filmes policiais, culpasse do crime quem lucra com ele, diria que o vandalismo e o que se lhe seguiu foram encomenda do intragável Costa. Não terão sido. Mas a verdade é que, por futebolística magia, desapareceram os sócrates, os pinhos, os incêndios, os helicópteros, a quebra da economia, as “ameaças” da Catarina e do Jerónimo, as viagens às ilhas, o César, tudo o que chateia e anda nas bocas do mundo. Tudo se sumiu dos media como por encanto. Enorme alívio para as geringonciais hostes. Tudo a favor do abominável sr. Costa. Graças ao sr. Bruno? Com certeza. Com uma vantagem acrescida: o sr. Costa, das longínquas paragens da desagradável Bulgária, apareceu a anunciar a criação de mais uma “autoridade”, coisa milagrosa que vai acabar com as guerras da bola em geral e a com violência em particular. O nosso chamado primeiro-ministro veio, sabiamente, resolver o problema, e da mais solene maneira: não fundou o clássico “grupo de trabalho”, nem uma “comissão ad-hoc”, nem uma “secção especial” de qualquer coisa, nem ordenou um “inquérito urgente”. Foi mais longe: uma “autoridade”, talvez “alta autoridade”, a juntar às 18.427,46 autoridades já existentes, geralmente ou inúteis ou contraproducentes. Genial.
Parece que o crime compensa.
18.5.18