OUTRA VEZ A VILANAGEM
A chuva de dinheiro que se anuncia, dada como garantida mas que, para já, não é mais que um ovo nas entranhas da galinha, é a coqueluche da propaganda governamental. Anuncia-se tudo, casas aos pontapés, cabazadas de combóios (com bitola ibérica!), subsídios aos milhões, pontes, camas, o calamitoso disparate do hidrogénio, tudo de uma vez, como se fosse possível. É o populismo, do bom, do já instalado no poder, do verdadeiramente demagógico, do verdadeiramente esquerdista.
Almas aflitas perguntam pela economia, pela produção de bens transaccionáveis, pela indústria, pela agricultura, pela iniciativa, pelo investimento produtivo. Nada, não consta. O que se vê é um indivíduo a reservar e aumentar a sua fatia de poder, o seu dirigismo, a sua sanha estatista, o poder que diz “fazer” em vez de regular, que pensa mais em votos que em economia real ou em sociedade equilibrada e produtiva.
Se vier a tal chuva de dinheiro, teremos o mesmo esbanjamento, a mesma apropriação, o mesmo dirigismo desenfreado. Até que o dinheiro se acabe, como sempre fez o socialismo nacional e nada indica que mude. Sócrates está vivo e de boa saúde. A sua obra tem continuadores.
29.9.20